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Acreditar que segurança é apenas uma questão de investimento financeiro é um equívoco que pode custar caro

Imagine ter milhões investidos em segurança e perder tudo, por uma simples falha na estratégia de Operações de Segurança (OPSEC) que abriu portas para ataques devastadores. Investir em segurança sem priorizar OPSEC é como construir um castelo com muros altos, mas deixar a porta da frente aberta.

O termo Operações de Segurança se refere às medidas tomadas por uma empresa para proteger informações importantes e confidenciais, minimizando o risco de exposição ou comprometimento. OPSEC tem suas origens na Segunda Guerra Mundial, e foi desenvolvida para proteger informações militares de adversários. Desde então, evoluiu e é aplicada em vários campos, incluindo cibersegurança.

OPSEC é um processo de segurança e gerenciamento de riscos que evita que informações confidenciais caiam em mãos erradas. Tem como objetivo proteger informações críticas e confidenciais, identificando e avaliando os riscos de exposição e implementando procedimentos para minimizar esses riscos. Investiga potenciais ameaças e vulnerabilidades nos processos das organizações, na maneira como operam e no software e hardware que seus funcionários usam. Assim, descobre problemas que podem ter sido negligenciados, com a finalidade de implementar as contramedidas apropriadas que manterão dados confidenciais seguros. As medidas de OPSEC geralmente incluem uma combinação de processos, políticas e tecnologias, como criptografia, autenticação de usuários, controle de acesso e treinamento de conscientização em segurança.

Uma OPSEC eficaz permite que as organizações impeçam que os detalhes de atividades, capacidades e planos futuros sejam expostos, de modo intencional ou não. E combate crimes como ciberespionagem, que ganhou fôlego nos últimos anos. Hackers mal-intencionados perseguem, 24×7, brechas para roubar informações confidenciais, propriedade intelectual, segredos comerciais e documentos governamentais. A espionagem cibernética pode ser conduzida de várias maneiras, incluindo ataques de phishing, malware, engenharia social e espionagem física. Os criminosos podem ser hackers independentes ou pertencerem a grupos patrocinados pelo estado ou concorrentes comerciais.

E para conseguir desenhar uma boa estratégia de OPSEC, é preciso entender onde essa informação está localizada, qual o nível de proteção aplicado a ela, qual seria o impacto se ela fosse comprometida e como a organização responderia.

Como colocar OPSEC em prática

Para garantir uma proteção eficaz contra ameaças cibernéticas, é essencial que as organizações alcancem um alto nível de maturidade em segurança da informação. Isso implica em estabelecer e manter um programa de segurança abrangente, que evolua constantemente para acompanhar as ameaças em constante evolução.

Uma organização madura em segurança da informação é aquela que implementa políticas e procedimentos claros, possui uma estrutura de governança eficiente e estabelece controles de segurança adequados para proteger seus ativos de informação críticos. Isso inclui a adoção de padrões reconhecidos internacionalmente, como o NIST Cybersecurity Framework ou ISO 27001, que fornecem diretrizes e melhores práticas para uma postura sólida de segurança.

Além disso, a maturidade em segurança envolve a capacidade de realizar avaliações regulares de risco e vulnerabilidade, assim como pentests, para identificar falhas de segurança e implementar medidas corretivas. Uma abordagem proativa é adotada, com a implementação de controles de segurança em várias camadas, como firewalls, sistemas de detecção de intrusões, monitoramento de segurança em tempo real e resposta a incidentes.

A organização também precisa investir na conscientização e treinamento de colaboradores, promovendo uma cultura que incentiva a adoção de práticas seguras em todos os níveis. A atualização constante das políticas e procedimentos de segurança, e a adoção de tecnologias emergentes e soluções de segurança avançadas, são igualmente importantes para manter a resiliência e a proteção contra ameaças cibernéticas.

Ao atingir um alto nível de maturidade em segurança da informação, as organizações estão mais bem preparadas para enfrentar e responder a ameaças cibernéticas, garantindo a confidencialidade, integridade e disponibilidade de dados críticos.

Com isso, proporciona maior tranquilidade aos stakeholders, clientes e parceiros, demonstrando um compromisso sólido com a segurança e a proteção dos ativos de informação.

Há etapas para a OPSEC que permitem que as organizações protejam seus processos de dados. São elas:

Dados confidenciais

Entender os dados confidenciais que a empresa armazena é o início. Isso inclui informações como detalhes do cliente, dados de cartão de crédito, dados sobre funcionários, documentos financeiros, propriedade intelectual e produtos. Todos esses dados críticos precisam ser protegidos.

Possíveis ameaças

Com informações confidenciais identificadas, o segundo passo é determinar as ameaças potenciais a esses dados. Isso inclui concorrentes que possam obter vantagens roubando informações e ameaças internas ou insiders mal-intencionados, como trabalhadores descontentes ou funcionários negligentes.

Vulnerabilidades

Em seguida, é preciso analisar as vulnerabilidades potenciais nas defesas de segurança que representem uma oportunidade para que as ameaças se concretizem. Isso envolve avaliar os processos e soluções tecnológicas que protegem dados e identificar brechas que os invasores poderiam explorar. Cada vulnerabilidade identificada tem que ter um nível de ameaça atribuído a ela. Quanto mais danos puderem existir em caso de exploração e maiores forem as chances de um ataque ocorrer, mais recursos e prioridade as organizações devem colocar na mitigação do risco.

Plano para mitigar ameaças

Essas informações fornecem às organizações tudo o que elas precisam para elaborar um plano para mitigar as ameaças identificadas. A etapa final do OPSEC é implementar contramedidas para eliminar ameaças e reduzir riscos cibernéticos. Isso inclui ações como atualização de hardware, criação de políticas relacionadas à proteção de dados confidenciais e fornecimento de treinamento aos funcionários sobre as melhores práticas.

À medida que a tecnologia continua a evoluir, novas ameaças de segurança surgirão e a OPSEC continuará a evoluir para proteger organizações e indivíduos contra essas ameaças. É importante que as organizações permaneçam vigilantes em relação à segurança cibernética e implementem medidas de OPSEC apropriadas para minimizar os riscos associados à ciberespionagem.

Ailson Junior, analista de Threat Intelligence

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